Se a área final do amendoim plantado na região de Presidente Prudente foi de 6.048 ha (hectares), pela safra 2017/2018, na de 2018/2019 a intenção de plantio é 3,5 vezes maior: 21.233 ha. Isso é o que mostra a segunda estimativa da safra agrícola, liberada nos últimos dias pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola) do Estado de São Paulo. A análise ainda mostra uma crescente em relação à produção, que no primeiro dado do instituto, divulgado em fevereiro, ficou em 21.098 ha. Na região, o índice é formado pelos três EDRs (Escritórios de Desenvolvimento Rural) existentes: Dracena, Presidente Prudente e Presidente Venceslau.
Pra quem entende do assunto, algumas situações fomentam para que o cenário seja esse. Por exemplo, hoje, conforme o produtor Rodrigo Scapin, de Teodoro Sampaio, a principal destinação do amendoim é para o mercado de cereais, que cresceu nos últimos tempos. “Todo amendoim é vendido para um cerealista em Santo Anastácio, que tem comércio direto com a Rússia e a Argélia”, completa.
E nesse meio, ele destaca ainda a visibilidade que o amendoim ganhou no Brasil, devido a falta da produção na Argentina - maior concorrente. “Com as novas taxas de exportação em alta, a gente acabou saindo na frente”, pontua Rodrigo. O produtor começou com o amendoim em 2015, com 45 ha, e hoje soma cerca de 300 ha.
A rentabilidade na produção, devido aos altos preços praticados hoje na compra e venda, também é o que faz crescer os olhos para a cultura. Mas isso também é uma preocupação, de acordo com Rodrigo, pois o cenário é esse, uma vez que na safra de 2017/2018 a produção sofreu com o clima, resultando em uma colheita baixa de amendoins com qualidade. “Então, como tinha pouco, o preço subiu com a concorrência. Existe um medo que esse ano seja dessa forma também”, argumenta.
O presidente do Sindicato Rural de Prudente, Carlos Roberto Biancardi, também confirma a situação de alta no amendoim, e ainda aponta uma indústria especializada no plantio em Tupã (SP), mas que tem apostado em alguns produtores da região para compor ainda mais o necessário. “Além disso, a intenção do mercado é o que também sempre vai prevalecer. O que está em alta segue a tendência”, lembra.
Cenário geral
Das 10 produções avaliadas pelo IEA nessa segunda estimativa, cinco tiveram queda na intenção de plantio, em comparação com a primeira. No quadro geral e englobando todos os alimentos, de uma análise a outra, o cenário fomentou para a redução do que se esperava plantar: de 121.526 ha para 114.795, queda de 5,53%. Algodão, banana, café, feijão e milho foram as produções afetadas.
E na região, que é composta por três EDRs (Escritório de Desenvolvimento Rural), a variação negativa do milho, que foi o destaque - a intenção de plantio da produção caiu cerca de 10 mil ha: de 24.167 para 14.625 ha -, teve reflexo expressivo na unidade prudentina.
De Anhumas, o produtor Renato Bosisio aponta o clima como um dos problemas para que a situação hoje fosse essa. “Esse ano não foi dos melhores para o milho. Faltou chuva na hora da floração e enchimento dos grãos”, pontua. Para ele, a questão de chuva ou tempo seco é fator essencial. Com isso, a alternativa é procurar outras saídas. Entre elas, o produtor cita o plantio direto, ou seja, sem intervalo, ou a escolha por alguma variedade que tenha um ciclo mais rápido, como por exemplo, o safrinha.
Amendoim e exportação:
Como noticiado por esse diário, o saldo da balança comercial no início do ano, um dos destaques positivos foi o município de Ribeirão dos Índios, com superávit de 660,82%. Em 2017, o saldo foi de US$ 225.550, e em 2018 foi para US$ 1.716.020. Em ambas as situações, a cidade apenas exportou. Mas qual a ligação com o cenário apresentado? É que, como dito pelo prefeito José Amauri Lenzoni (PSDB), tudo isso é graças a produção do amendoim.
Saiba mais
A cana-de-açúcar, principal produção da região, após fechar a área final de 2017-2018 com 513.346 ha produzidos, também já possui uma primeira estimativa para essa safra, que não foge do valor anterior. Conforme levantado pelo IEA, o esperado dessa vez é 512.190 ha. Em comparação dos dois números, há uma variação negativa de 0,22%:
Fonte:Jornal O Imparcial
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